terça-feira, 6 de julho de 2010

Oscar Niemeyer – Nossa Inspiração
Oscar Niemeyer, o homem eu ensinou o concreto armado a voar, completará 103 anos no próximo dia 15 de dezembro, mas ainda é capaz de se assombrar quando recorda a aventura quase impossível da construção de Brasília. “Fico espantado”, diz à Veja, corpo miúdo engolido pela cadeira na sala dos fundos de seu escritório voltado para o mar de Copacabana, onde, devido à dor em uma vértebra fissurada, já não tem podido aparecer para trabalhar com a disciplina partidária que sempre marcou sua carreira.
“O problema era erguer uma cidade em menos de cinco anos, então minha parte era fazer uma arquitetura mais simples, mais fácil”, lembra, sob o olhar de um Dom Quixote de Sucata. Uma sombra de sorriso maroto passa por seu rosto vincado. “Mas não fiz nada disso. Por exemplo: as colunas do Alvorada podiam ser mais fáceis de construir, sem aquelas curvas. Mas foram elas que o mundo inteiro copiou”.
Espanto é uma palavra-chave no discurso de Oscar, como o chamam amigos e colaboradores. Resume o efeito de beleza inesperada que toda boa arquitetura deve provocar, segundo a cartilha que ele conserva inalterada desde a juventude. A idéia é que “o sujeito pare se espante”. No caso de Brasília, diz: “a arquitetura de fantasia valeu a pena porque tornou a cidade mais conhecida”, mas a mesma certeza já estava em sua cabeça quando projetou, no início dos anos 1940, o curvilíneo conjunto da Pampulha por encomenda se Juscelino Kubitschek, então prefeito de Belo Horizonte. Niemeyer sempre enfatizou – e volta a enfatizar agora, por via das dúvidas – que, na capital federal. O futuro presidente desenvolvimentista encontrara seu arquiteto. E seu arquiteto encontrara um estilo – para sempre.

terça-feira, 29 de junho de 2010


Depois de passar por um período próspero, em que a construção civil caminhou de maneira acelerada, o país vê o mercado andar um pouco mais devagar. Com isso, os profissionais envolvidos no setor, entre eles o arquiteto, precisam de mais competência para se manter na ativa. Além de atuar na elaboração e construção de empreendimentos, o arquiteto tem campo aberto nas etapas finais de uma obra, como a decoração de interiores. O início e a conclusão dos empreendimentos representam possibilidades diversas para o arquiteto. Estima-se que 40% das construções tenham um profissional desse perfil para cuidar do acabamento, que vai desde a escolha dos revestimentos até a seleção de objetos de decoração. Tudo para atrair o interesse de compradores. "Trata-se de um trabalho importante porque as pessoas buscam cada vez mais locais agradáveis", diz a arquiteta Alice Martins, sócia do escritório Alice Martins e Flavio Butti, especializado em design de interiores, de São Paulo. O estudante que se interessar por essa área precisa ter disposição para enfrentar reuniões com clientes ou fornecedores e para bater perna atrás das novidades do mercado. Outras características indispensáveis são criatividade, organização e habilidade para desenhar. Entre suas funções está a de determinar quais materiais serão usados nas obras, levando em consideração o uso do imóvel. Em parceria com o engenheiro civil, o arquiteto acompanha o andamento de construções e gerencia custos e mão de obra. Na área de arquiteto, o profissional de arquitetura atua na orientação do crescimento de cidades e em projetos de saneamento.

Nosso mercado de trabalho

O mercado da construção civil está aquecido em todo o país, sobretudo nas regiões Sul e Sudeste. A necessidade de as construtoras contarem com projetos diferenciados para conquistar a preferência do consumidor torna o arquiteto um profissional essencial. Nem a ameaça de crise financeira deve atrapalhar. "As dificuldades do setor no Brasil são as mesmas há anos, mas o cenário tem melhorado. A proteção ao crédito no país é maior do que no mercado norte-americano. O ramo imobiliário, até aqui, não foi afetado pela crise", explica Silvio Passareli, diretor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), de São Paulo.Paisagistas e urbanistas encontram lugar na administração nas prefeituras municipais, para realizar o reordenamento territorial e organizara distribuição de terras. A possibilidade de abrir o próprio escritório existe, mas é mais difícil para o recém-formado, com pouca experiência. Empresas privadas de diversos ramos de atuação, como criação de mobiliário, cerâmica e montagem de cozinhas, também têm oferecido vagas para o arquiteto. O mercado do interior paulista é amplo e muitos graduados estão migrando para cidades como Campinas, Limeira e Ribeirão Preto. "Nessas cidades, os profissionais encontram campo e espaço para atuar. Muitos deles, que são do interior, decidem voltar à sua cidade de origem depois de formados para trabalhar", conta Passareli. Em regiões menos desenvolvidas, o arquiteto sempre foi considerado um artigo de luxo e, portanto, pouco procurado tanto pelo setor público quanto pelo privado. Mas esse panorama começa ser alterado.